quinta-feira, 17 de setembro de 2009

vida de fotógrafo é difícil, é difícil como quê!!!!!!!!! lerê, lerê, lerê... viva o lôlo barnabé!!

Meus sumiços on line estão mais constantes do que eu desejaria que acontecessem... Pois é... Estava até conversando com o Leo Caobelli, do Coletivo Garapa e ele me sugeriu escrever um post sobre o assunto e realmente é preciso. Navegar é preciso, viver não é preciso, mas pagar as contas é preciso demaisssssssss!!!!!!! Pelo amor de Deus!!! Enfim, decidi escrever... Vamos lá!
Com certeza vocês já acordaram um dia e disseram, o dia está passando cada vez mais rápido do que o de ontem, por que hein??? Muita coisa pra fazer, resolver, lidar, pagar... Vale ver o próximo post que escrevo aqui e para o blog do Paraty em Foco, sobre um conceito interessante a respeito da velocidade segundo Flávio Pinheiro, Superintendente Executivo do Instituto Moreira Salles que falou em palestra na última SP Arte-Foto, que aconteceu no Shopping Iguatemi, em São Paulo, no final de semana passado: "o futuro é a velocidade e a velocidade é a principal aliada da amnésia". Não consegui saber se o pensamento era dele ou de outrem, mas não importa, o que vale é a intenção de falar algo bom pra o juizo se exercitar.

Pois é... Senta que lá vem história!!

Imaginem! Nasce uma "suposta" crise financeira, depois de um ano atribuladíssimo de hospital e atordoações aluviadoras da mente (minha). Pois é... Uma crise que veio, muitos "marchands" do mercado fotográfico editorial e afins assimilaram como já instaurada no país, mesmo ela não tendo batido a porta ainda naquele momento de seu ninguém. Pronto!! "Vamos parar de contratar ou vamos demitir alguns para ficar no lucro e daí quando a crise chegar estaremos bem na fita e não precisaremos nos preocupar". Um raciocínio (?!) quase que unânime!!
E daí, muita coisa acontece... É filho pra cuidar, é conta pra pagar, é marido pra ajudar, é amigo tão desprovido de economias quanto a gente, é fotógrafo sem dinheiro também, é fotógrafo fingindo estar morando na grana, é fotógrafo que está ganhando bem (uebaaaaaaaaa!!!), é mercado para fazer, é viagem pra confirmar, é roupa pra vestir, é teto pra consertar, é internet para ter, é celular para por crédito, é máquina de lavar que quebra, ufa... Emagrecer é a rotina neste processo... Sem fazer academia!! E neste mesmo rítmo, postulados e regras novas nascem que fazem do fotógrafo um ser mais equilibrado e com mais tempo, para não dizer o contrário.

CCDA, uma coisa que inventaram que quer dizer: contrato de cessão de direitos autorais; um papel que o fotógrafo recebe toda vez que faz algum trabalho para revistas e/ou jornais e/ ou afins que faz com que ele CEDA, DÊ, FAÇA FILANTROPIA, DÔE, enfim, impróprio dizer aqui, mas OFERTE DE BOM GRADO todos os direitos de sua foto e depois as editorias vendam as suas fotos a torto e à direita para tudo o que é lugar do planeta sem te pagar um centavinho por isso.

Enfim, para sair deste mercado viciante e viciado é muito bom se impor!! É necessário!! E que bom quando começamos a conseguir, porque é um degrau enorme a subir na profissão. E que degrau!! Mas o início deste processo de negar fazer trabalhos, negar pagar as contas deste jeito, dói no bolso mesmo.

Imagine um teto de sua casa cair literalmente, quando você está com seu escritório montado, com filho para deixar na escola, ir à feira comprar algo para o lanche da escola e lembrar que a grana não entrou na conta ainda porque a editora X só te paga depois de 60 DIAS depois que você realizou aquela foto que os editores tanto choraram para você fazer naquele dia e naquela hora e daquele jeito (!!!!)... E que jeito!

Muita coisa e pouca também né? Se formos pensar... Depende de como agimos diante das intempéries... Intempéries para lá do sertão do Cariri, juntando aí paradoxalmente o dilúvio de Noé...
Mas o que vale é a vida, é bonita e é bonita né?? Principalmente aos olhos de um produtor de recortes, visões, sonhos, estéticas como é um fotógrafo. O bom humor traz novas idéias e criatividade, além de calmaria...
E vamos que vamos que esse é só o começo de uma longa e árdua, mas ainda bem, mesmo tardia muitas vezes, feliz caminhada... Mas administrativa e disciplinadamente é complicado de lidar. Acontecem do mesmo jeito as coisas boas todas juntas: congresso, palestra, trabalho bom, estudo, mestrado, galeria de arte, contato no exterior, mas também tem ao mesmo tempo: filho chorando, mudança de casa, chuva alagando, fio de poste explodindo e sua cabeça junto... Eita lá, vixe maria!! E em busca do manual de 1000 maneiras de como ser linda e maravilhosa e pagar as contas direito!!!!!

Linha de chegada... Vamos para a partida de novo...

O que importa é voltar com calma... E estamos voltando, mesmo que seja um pouco devagar ou na velocidade que nem sempre é a nossa... Melhor né? Alumia... Pelo menos de amnésia pedimos que não soframos um dia. Ou simplesmente não pensemos somente que memória é algo que temos que ter a mais no computador para podermos trabalhar direito.

Há um livro infantil maravilhoso da grandiosa, simples e inteligente escritora e ilustradora, Eva Furnari que se chama Lôlo Barnabé. (Vejam o link que tem toda a história do livro. Vale muito a pena ler!!!). É um dos meus livros prediletos. Está na minha listinha dos melhores livros. Fala sobre o consumo e como ficamos escravos dele, mas também conta sobre como podemos lidar da melhor maneira e extrair os benefícios e glórias (?) que ele nos traz.
Boas leituras visuais e escritas!!

4 comentários:

Ezyê Moleda - fotógrafa disse...

Adorei o texto e me identifiquei muito!

Anônimo disse...

que bom! pois eu me identifico todo dia... :-) abraços e sempre volte e comente...

Arnaldo disse...

É isso ai Lu, num esquenta não...é como vi escrito outro dia no para-choque de um caminhão: É melhor chegar um minuto atrasado nesta vida que adiantado na outra. Tem outro ditado que diz que devagar se vai ao longe.

Marcio Ramos disse...

ja li um livro indicado aqui muito legal... acho que vou conferiri outro... : )